Aumento do IPI para carros importados. Decreto pode afetar principalmente as marcas chinesas e coreanas | Motor-Mais

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Aumento do IPI para carros importados. Decreto pode afetar principalmente as marcas chinesas e coreanas


O decreto que regulamenta o aumento de 30 por cento (30%) no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros que são importados foi bem recebido pelas grandes montadoras que atuam no país, segundo informou a revista eletrônica Exame.com. Não é por menos. O aumento no IPI afetaria principalmente as montadoras chinesas e coreanas, marcas que vem ganhando a cada dia mais espaço no mercado brasileiro, haja vista que os modelos oferecem maior número de equipamentos de série, inclusive itens importantes de segurança, com menor preço que os oferecidos pelas grandes montadoras.


A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) considerou que as alterações no percentual do imposto cobrado sobre os modelos importados vieram em uma hora crucial, visando proteger a indústria nacional, que sofre pela perda de competitividade. Perda de competitivadade?

José Luiz Gandini, Presidente da Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores), criticou severamente o aumento do IPI para veículos importados. Gandini contestou principalmente a justificativa apresentadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. "A medida é um absurdo. Se é para garantir empregos aqui no Brasil, por que ela não vale para o Mercosul e o México?", indagou, referindo-se ao fato de que os automóveis vindos desses locais não sofrerão com os aumentos do IPI. O Presidente da Abeiva ainda questinou o fato da medida já estar valendo a partir de dia 16 setembro."Em questões de impostos como IPI, as mudanças só podem acontecer após 90 dias do anúncio."


A medida, que foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, poderá aumentar em até 28% o preço final de veículos que não tenham pelo menos 65% das peças fabricadas no Brasil. As regras de aumento da taxação além de "trazer de volta a competitividade", buscam também estimular a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias em solo nacional, já que as empresas que não investirem em inovação serão penalizadas pelo tributo.
Conforme o decreto federal, para que as indústrias que produzem no Brasil se esquivem do aumento do imposto, terão que comprovar que investem pelo menos 0,5% de sua receita em desenvolvimento e pesquisa.

Segundo a revista eletrônica informada, as grandes montadoras que atuam no país viram as medidas com bons olhos. "Trata-se de um novo paradigma para a produção, fomento industrial e desenvolvimento do país. Antes tínhamos um modelo importador e agora teremos um que privilegia a produção nacional", disse Cledorvino Belini, presidente da Anfavea. A previsão de investimentos das montadoras no Brasil até 2015 é de 19,5 bilhões de dólares, contra 11,8 bilhões investidos nos cinco anos anteriores. "Creio que esta previsão pode ser ainda maior com as novas medidas. Agora há obrigação de investir em inovação, o que faz a indústria ser mais proativa", completou Belini.

A reclmação da indústria automobilística brasileira quanto o desequilíbrio na balança comercial do setor não é de hoje. Segundo informações da Anfavea, o licenciamento de novos modelos vem crescendo mais do que a produção nacional, indicando a maior entrada de carros importados no mercado brasileiro. Entre os anos de 2006 e 2010, a indústria de veículos perdeu 15,6 bilhões de dólares de saldo entre as exportações e as importações, e a balança comercial ficou negativa.

A importação de veículos vindos de países com os quais o Brasil não tem acordos comerciais, o que exclui apenas países membros do Mercosul e o México, vem crescendo gradativamente, o que, segundo Belini, "contribui para a deterioração do saldo entre exportações e importações". O decreto que eleva o IPI sobre a produção estrangeira ajuda a equilibrar o jogo, já que deve incentivar os investimentos de empresas nacionais, alavancando sua competitividade. Assim, elas terão melhores condições de concorrer com os carros importados.


Além das montadoras chinesas e coreanas, outro nicho que também será bem afetado são os carros de entrada das montadoras de luxo europeias, como Audi, BMW, Mercedes-Benz e Volvo. Anteriomente ao aumento do IPI, essas montadoras ofereciam ao menos um modelo por menos de 100.000 reais, como por exemplo BMW 118i, Volvo C30, Audi A1, Mercedes-Benz B180. Valores como esses ainda estavam "de acordo no bolso da classe média", tanto é que as vendas desses veículos estavam em crecimento acentuado antes das medidas para aumentar o IPI.


COMENTÁRIO:

Atualização [1]
O Motor-Mais entrou em contato via Twitter com a Chery, para verificar se os modelos da marca sofreriam alterações em seus preços, bem como se haveria alterações nos planos da Chery de trazer outros modelos para o mercado brasileiro. Em resposta, a montadora informou que foi disponibilizado um comunicado aos clientes através de sua página no Facebook, informando que estaria concentrando todos os esforços para continuar oferecendo carros completos com preços justos. Em respeito ao cliente, a empresa estaria estudando todas as possiblidades dentro do atual cenário automotivo para propor a melhor solução aos consumidores. Para ler a nota completa da Chery em sua página no Facebook, clique aqui.

Atualização [2]
O Motor-Mais também entrou em contato via Twitter com a JAC Motors, para verificar se os modelos da marca sofreriam reajustes em seus preços, bem como se haveria alterações nos planos da montadora chinesa de trazer o J2 e outros modelos para o mercado brasileiro. Em resposta, a JAC Motors informou que irão manter os preços e os investimentos que a marca vem fazendo no país. Quanto ao J2, compacto que já foi flagrado em testes (para ver, clique aqui), a montadora chinesa confirmou que o modelo "continua previsto para 2012.".

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